Os gregos antigos iniciaram os
estudos sobre a questão dos símbolos e dos signos através da
semiótica. Do grego Semeion = trazer à frente, evocar. A relação entre
o cérebro, como pensa, evoca e representa o pensamento é bastante
inquietante e perturbador. Depois vieram os estudos de Spencer, Montaigne,
Kant, Charles Peirce, Elisabeth Walther-Bense, Roland Barthes, Greimas e
Saussure. Os estudos hoje são bastante avançados.
A questão é que os símbolos estão
entre nós desde que deixamos de ser hominídeos e passamos a ser
humanos, cognição do aparecimento do pensamento ascético, da arte e do registro
histórico. Desde então os símbolos estão conosco e nos
acompanham.
Somos extremamente ritualísticos
e simbólicos. Todos os nossos atos podem vir a ser ou são atos simbólicos.
As religiões são usuárias versadas nos símbolos. Muitas das vezes
os símbolos religiosos se confundem com o próprio ato de crer em si,
ou se colocam no lugar da crença.
Carregamos e
portamos símbolos em várias situações, tatuagens por exemplo,
são uma demonstração disso, embora muita gente se tatue sem se dar conta do que
está sendo representado, tal como muita gente fala também sem saber o que está
falando.
A
sociedade contemporânea ou ultramoderna é
extremamente simbólica, embora os símbolos atuais sejam outros.
Claro, mudam as relações sociais, mudam também os símbolos. Portar um iphone, por exemplo,
pode representar prestígio social e ser alcunhado de atual.
Os corpos também constituem uma
relação simbólica; basta olharmos como nos relacionamos com o corpo ao longo da
história e como a silhueta é uma representação de como enxergamos a beleza e
a relação com o mundo do trabalho.
As mulheres até o século XVIII não
estavam nas fábricas, logo, não usavam macacão e o símbolo de beleza era o
corpo nada esguio. Com a inserção no mundo fabril o corpo se define, a
concepção estética também se altera. Hoje, muitas mulheres são mais delgadas
que muitos homens.
Os defensores do transumanismo advogam que o corpo humano modificará radicalmente daqui a
duzentos anos, portanto, o corpo tal como conhecemos hoje será um símbolo do
atraso e do passado. O novo será um símbolo de como a humanidade se transmutou.
Como diria Hannah Arendt: deixamos de ser criaturas para sermos
criadores.
A sociedade pode estar mudando
radicalmente, mas enquanto nos comunicarmos e precisarmos de códigos para tal,
seremos durante um bom tempo altamente simbólicos.
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