terça-feira, 15 de outubro de 2024

A DUPLA FENDA: a mente inferior e a mente superior

 


No último sábado, dia 12 de outubro, dia de Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil, enquanto aplicava reiki nos moradores do bairro do Sá Viana, São Luís, na ação extramuros do grupo Transição Planetária, entrei em processo meditativo e tive uma bi-locação mental acerca do que vem a ser a mente, ou, como a informação se apresentou a mim.

Nitidamente, tive a visão da composição energética da alma e porque ela precisa encarnar em um corpo. Necessita vivenciar uma experiência física, matéria e energia são simbioses, a primeira foi criada a partir da segunda. É da alma que fruem os pensamentos, que não são obviamente o cérebro, sendo este somente a parte mecânica para o desenvolvimento da linguagem, das cognições mentais. Percebi também a diferença entre a mente superior e a mente inferior, também conhecida como ego. O ego é a mente que, a partir de um corpo encarnado, da realidade, no nosso caso tridimensional, assume aspectos desta dimensão em que estamos vivendo. Como a princípio está eivada de limitações, se identifica com tudo o que tal percepção enxerga.

Como no corpo encarnado as sensações são mediadas pelos 5 sentidos (olfato, audição, paladar, tato e visão), tudo o que o ego, mente inferior, percebe e concebe, está obstaculizado por esses sentidos. O ego, no entanto, intui que existe algo para além dele, a alma, mas, por falta de conexão, se correlaciona com as faltas, ou seja, com todas as limitações impostas pela vida.

À medida que o ego assume cada vez mais a persona, controla as sensações, o desenvolvimento mecânico do cérebro, dos pensamentos, cria uma realidade. Tal realidade passa a ser vista como única e verdadeira.

Passei a ter a compreensão do que a Física Quântica brada ao dizer: “tudo o que sua atenção se volta, molda a sua realidade, passando a existir”. Definitivamente, a mente inferior, ao se fixar em um determinado ponto, aciona os átomos que se transformam em partículas, que se condensam, criando uma imagem, que por sua vez se densifica até se transformar em uma situação. A co-criação passa a fazer sentido. Tudo é energia, logo, à medida que nos fixamos sobre um aspecto, movimentamos as partículas para que elas se condensem energeticamente e o cérebro a interpreta enquanto realidade.

Primeiro ocorrem as pulsões elétricas, depois as sinapses, por fim, os conectores e receptores através dos peptídeos, que por suas vez se ligam as células. As ligações neurais através dos peptídeos formam uma densa rede conectiva. Tal rede se densifica e molda nossa visão de mundo. Tudo o que está fora desse emaranhado de teias de circunstâncias é encarado pela mente inferior como irreal. 

A mente inferior considera a existência da mente superior enquanto ameaça, pois extrapola as dimensões da fisicalidade, da cognominada realidade, fora do seu alcance. Foi então que percebi como a mente superior pode criar mundos paralelos, ainda que não existam fisicamente. Ela faz uma projeção, para além de algo fixo, estabelecendo várias imagens, o que a teoria literária denominou de “imaginação-ficção”. Os poetas estavam corretos: a imaginação é real, pois ela cria o que é imaginado no mundo quântico. Tudo o que é imaginado passa a existir observando a percepção da realidade, da fisicalidade e da forma como a mente inferior compreende o mundo. Vários "eus" existem e essas simultaneidades afrontam o ego, pois todos os dramas criados pelo ego são alimentados por uma percepção, que se dissolve quando observados sobre outros ângulos.

A mente superior tem a nítida clareza de que ela é um fractal, um desdobramento do espírito, que por sua vez se liga a outras dimensões, inclusive com a fonte criadora de tudo, também interpretado enquanto Deus Pai-Mãe. Todo o aspecto vitimizador do ego é, em última estância, uma saudade, uma vontade, um desejo, uma potência de se reconectar com algo que, por desconhecer, mas intuir, desconfia da existência, reclama atenção para a falta, para a ausência, notadamente na infância. Todos os aspectos das faltas na infância se cristalizam a partir do medo. O medo é, em certa medida, o apego à matéria, uma sensação de insegurança, de incerteza.

Pude perceber como esse apego à matéria prejudica os chacras. Eles são vórtices de energia e são afetados pela mente inferior. Tudo o que a mente inferior acredita ser real interfere no desenvolvimento dos chacras. Como são eles que nutrem energeticamente o corpo, à medida que uma identificação do pensamento densifica-se, certos aspectos são tangenciados, criando as crenças, obsessões, pulsões, compulsões, neuroses, doenças, ansiedades, pânicos, distúrbios, dentre outras coisas, limitações de toda ordem, incluindo as questões financeiras. As doenças são alimentadas constantemente, ainda que inconscientemente, pelas percepções e sensações emanadas do pensamento. Sob esse aspecto, qualquer doença é autocurável, a limitação está exatamente na crença de sua fixidez, de sua impossibilidade de mutação, alteração.

Isso também serve para os sentimentos. Os pensamentos criam os sentimentos, os sentimentos por sua vez criam as sensações, as sensações criam as ações e as ações as atitudes comportamentais. Tudo o que acreditamos ser real passa de fato a existir em termos de crenças e sensações. As intenções constantes mudam a realidade. Nisso se baseia qualquer princípio terapêutico de cura. A cura ocorre quando a pessoa identifica a matriz da dor, do problema, entendendo suas variações, seus desdobramentos. Quando ocorre a compreensão do que ocasionou e como superá-lo, há um desenlace, uma desidentificação com os sintomas fazendo desaparecer paulatinamente, em alguns casos, o trauma. Ou seja, toda cura ocorre quando há uma despotencialização do problema, quando deixa de ser alimentado, desaparecendo sua importância.

Nossos sistemas político, social, familiar, religioso, educacional, compõe em grande medida nossos modelos de crenças, mesmo porque foram criados culturalmente, ou seja, são frutos das projeções societais. São circunstâncias fenomenológicas criadas pelas sociedades, alicerçando nossas visões de mundo num processo simbiótico auto-retroalimentado, dialético. Culturalmente criamos os sistemas, os alimentamos e, uma vez criados, interferem em nossas concepções existenciais. Tais sistemas foram alicerçados nos egos. São, em última estância, projeções.

E, nesse momento em que vivemos uma Transição Planetária em que tudo está sendo colocado de cabeça para baixo, quando a Terra muda de frequência energética, o antigo modelo de sociedade entra em colapso, novos paradigmas surgem, novas vibrações, há algo de grande surgindo e a alma sabe, mas o ego teme, pois se trata de algo absolutamente novo. Tudo o que o ego não controla se constitui uma ameaça.

É momento de abrir espaço para o novo, deixar o velho ir embora, deixar a antiga sociedade com seus mecanismos de controle colapsar e dar espaço para a intuição, para aquilo que tangencia o coração, para o silêncio, para as incertezas. A alma inicia sua trajetória de retorno à fonte criadora, a bem da verdade, nunca se separou dela, apenas foi essa a percepção do ego. 

O que está surgindo é muito além do que o ego possa imaginar.

             

segunda-feira, 7 de outubro de 2024

O PORTAL DO GRANDE PORTAL


As íris são espelhos do portal do grande portal captando os brilhos de seus raios dourados, refletidos nos olhos d'água, passando pelas pupilas negras, clareando a alma.

Até Plutão em sua distância-vastidão não resiste à transluminecência, outrora escuridão.

Todos os dias ele está lá, por vezes coberto pela noite, por vezes toldado em nuvens plúmbeas, mas basta uma fresta e nada resiste à sua luz.

Os olhos são como gelosias, basta uma simples contemplação e as sombras se transformam em iluminação.

domingo, 6 de outubro de 2024

Adeus, Sebastião!

A visão do telhado não procura mais, ainda é encantador, agora encantado está.

Não são perguntas sem respostas, não estão fora, sempre estiveram na imersão do seu próprio universo.

 E o peso do corpo o telhado não comporta mais, uma vida inteira olhando para fora, girando em  círculos, ciclos circunspectos, numa trajetória nada retilínea, negando a história com sua cronologia.

Chronos está morto. 

Num jogo de espelhos são vários Sebastiões; hora é João, Maria, Antonia, Condorcet,  Margoris, se entreolhando em novas versões. 

Em cada versão o peso do corpo, e o peso do antigo já não mais há, somente do novo que o telhado não comporta.

Sebastião desce do telhado! Caminha. A visão como uma lente abriu um portal dentro de si: luas cheias, cometas, sóis, nuvens, o seu corpo pesado feito de poeiras das estrelas como uma brisa leve soprando por vezes redemoinhos, furações, tufões, às vezes larvas, vulcões, fogo, mar, ventania, coloração ventia.   

Buscou palavras, encontrou glossolalia, rebuscou textos, encontrou palimpsetos. Correu mundo, encontrou buraco sem fundo. 

Feriu, feriram-no. Sorriu, choraram-no. Mentiu, calaram-no. Esculpiu, desnudaram-no. Amou, traíram-no. Traiu, amaram-no. 

Viveu, mataram-no. Matou, ressuscitaram-no. 

De todas as vertentes, de tudo um pouco viveu: sorveu o fel, o mel, foi réu, juiz, amante,  andante, errante, semblante de dor, dúvida, ódio, ira, vertigem. 

Lutou, cansou, guerreou, bradou, ousou,  criou, jurou, orou, esbravejou, fechou os olhos e partiu. 

Se encontra no mesmo lugar onde tudo começou, debaixo do telhado iniciando uma nova jornada. Não  olha mais para o passado, agradece a antiga versão, se despede com gratidão.

Retira a flecha da barriga, espera a cura e a cicatrização. A flecha agora aponta para o alto, olhando para o céu, com os seus pés no chão. 

Já não se olha mais Sebastião, Sebastião não há, até a metáfora perdeu o anti-silogismo, a rima acabou, a palavra murchou, só o encanto não acabou como as ondas do mar.
















  

ENTREVISTA COM ARTON - PARTE 3

  ENTREVISTA COM ARTON - PARTE 3   Entrevista realizada no dia 08 de agosto de 2024, às 20:00, com duração de 02h:02’, gravada em um apa...