Um pequeno braço de mar e mais uma faixa de areia separa a
barraca onde um dos irmãos estava e uma de suas irmãs, a petiz de traços
afoitos. Ao longe já se ia outro irmão, o mais velho com a irmã ainda mais nova
do que a petiz de traços afoitos.
Decidida a ficar na pocinha d’água com outras crianças que
mal acabara de conhecer, a petiz afoita momentos depois, arrependendo-se da
decisão de não ter ido banhar no mar com o irmão mais velho e a irmã ainda mais
nova, deixa de lado as outras crianças e decide se juntar aos seus, que
caminhavam já longe. Era longa a distância. Uma faixa de terra ainda mais larga
a separava do mar, do irmão mais velho e da irmã ainda mais nova.
Como iria sozinha alcançar os passos de um irmão já adulto
que segurava sua irmã caçula nos braços? Da barraca o outro irmão assiste a
toda a cena. Pergunta-se se ela teria tal coragem, até onde iria sua
intrepidez. Fica atento.
Começam seus passos. Ela está decidida, nada pode demovê-la
da decisão. Ela para. Olha procurando os traços do irmão e da irmã, já não
identifica a silhueta dos corpos, estão longe demais. Decide prosseguir de
novo, para de novo. Volta a caminhar. Para de novo. Olha para a pocinha onde
estão as crianças, fica em dúvida sobre a melhor opção: seguir até ao mar ou
brincar com as crianças? Se prosseguir mais o percurso entre o mar e a pocinha
será equidistante. O sol está forte. Da barraca, o irmão observa atentamente o
desfecho da petiz. Ela para, não anda nem para a frente, nem para trás, apenas
fica inerte em dúvida sobre qual decisão tomar. Demora-se um pouco, procura o
irmão e a irmãzinha.
Decide voltar para a pocinha.
Da barraca, o outro irmão ri sozinho. Ele queria saber até
onde sua irmã iria? Ele sabia que ela declinaria da ideia de ir até o mar...
Ninguém na verdade sabe por que ela de fato não foi..
Nenhum comentário:
Postar um comentário