quarta-feira, 22 de janeiro de 2020

MAGnífica

MAGnífica

Há um pote com amontoados de letras
que com o toque das mãos retraídas revolvem palavras inteligíveis.
Quanto mais se misturam, mais palavras inaudíveis.

As mãos não formam palavras concatenadas, 
porque a mão que toca, 
ainda que seja a que escreve, 
sempre obedece a um outro que tece.

As combinações de palavras são infinitas,
como infindo é o desejo de vê-las rodopiando.

O pote sempre estará ali à espera não apenas de mãos intencionadas,
mas da tessitura de letras à procura de novas palavras.

Palavras são desejos encarnados em grafias de sons, de símbolos, de outros desejos.

O pote ali, sempre ali, ecoa novas palavras. 
Outrora retraída, 
agora a mão revolve incessantemente à procura das que nunca foram ditas.

MAGnífica, 
enfim encontrada, 
forma agora sons audíveis. 

É a matriz da qual se formam poemas. 
Se o poema é o desenho da poesia,
MAGnífica é a encarnação da melhor palavra.      .      

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