terça-feira, 21 de fevereiro de 2023

sobre as ondas

Viver é com tentar pegar ondas, 

no começo as marolas, a arrebentação, a onda grande a sua frente, o difícil equilíbrio de se manter em pé, a queda, o rescaldo. 

É preciso aprender a ficar submerso.

Ficar imerso de novo, começar um novo ciclo, 

se levantar de novo, entender o movimento das ondas, 

ter jogo de cintura, 

não brigar com as ondas, fruir com elas, não são adversarias, 

são uma forca da natureza e da vida, como os antigos reis havaianos a compreendiam, 

não é esporte, 

não é competição, é interação, 

não há um vencedor, não há o que vencer, 

é sobre deixar seguir, não resistir,  

saber esperar a onda certa, 

olhar para o horizonte, 

a sincronia entre céu, sol, mar, onda, corpo, movimento. 

Surfar é uma metáfora da vida: há ondas que são suas, há outras que não. 

E ao chegar à beira mar começa um novo ciclo, 

tudo de novo, 

pois como as ondas, a vida não para, sempre ali, constante, rítmica, sinuosa, ciclotimica, selvagem, majestosa, imprevisível, surpreendente, pois cada onda é única, singular, indefectível, plena em si mesma

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