Para minha filha Lucía
A so no (ro) ridade
do nome
O nome vem da música e da imagem em movimento,
uma geração inteira de catalães e espanholas carregam teu
nome,
Joan Manuel Serrat e Julio Medem te eternizaram.
Uma multidão cantou tua canção e te viu nas telas e se encantaram
por ti.
Do nome vem a luz,
da luz vem a força,
da força a impetuosidade, a teimosia, a sagacidade,
a perspicácia, a dúvida, a luta feminista, a esperteza.
Como uma típica aquariana és sempre do contra: tenaz,
ousada, irreverente, marcante, falante, andante, errante, do
mundo.
O mundo não te cabe, como não cabe qualquer tentativa de
enquadramento.
Com discernimento buscas o que queres, o que te apraz,
refaz, atrai, sempre loquaz.
És minha primeira rebenta, cujo nome nasceu nas minhas caminhadas,
porque como Sêneca eu penso com os pés e nisso carregas o teu ímpeto: o de
verter o mundo pondo o céu no chão.
A sonoridade do nome traz a marca de uma autenticidade, que
te acompanha por onde passas.
O acento no I e não no U te diferencia o da tua mãe, e esse
acento te assenta no único lugar que te cabe: dentro de ti.
Hoje, é teu aniversário, e assim como tua irmã te agradeço
por ter me escolhido como pai. E nisso também reside meu grande presente: o
aniversário é teu, mas a dádiva de ter na minha vida é minha.
Hoje, tu debutas, e às vezes parece que carregas o peso de
cinco lustros.
Feliz aniversário, filhota, Lucia, com acento agudo no I.
Te amo infinitamente
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