Todas as vezes que as sociedades
entram em processo de letargia, outro processo, também endógeno, começa a
acontecer. Este outro processo é a equivalência do seu contrário, a mudança do
que está parado, a transformação do que se recusa a mudar. Letargia e mudança
são pares antitéticos, uma não existe sem a outra.
Quando
muita gente acredita não ser possível avançarmos socialmente, de onde
menos se espera ela acontece. As sociedades são uma ampliação macroscópica das
pessoas, as sociedades avançam porque as pessoas mudam.
Caem
regimes políticos, teorias macroexplicativas, metanarrativas, surgem outras,
ainda mais vivíparas, ou seja, como filhotes renovando a vida.
O
desafio é repensar a trajetória, dobrar o espírito sobre si mesmo, dar saltos. Ontem as ditaduras, hoje as
liberdades, outrora o medo, amanhã a esperança, antes a desesperança, hoje, o
horizonte de possibilidades.
O
desafio de grupos ao redor do mundo é repensar práticas políticas, estabelecer
o que serve ainda e o que não serve mais, confrontar quando necessário,
resistir sempre, esperar todavia. Nada pode parar a torrente da vida,
nada.
Antes,
a América Latina com ridículos tiranos, hoje, com grandes
personalidades e sinalizando para o mundo que a dignidade para os povos
é possível. Dantes, a Europa como centro do mundo, hoje, o centro é não
ser circunspecto, pode e está em todos os lugares.
De
qualquer lugar pode surgir uma voz, uma ideia, uma luz eclodindo e
espargindo para o mundo inteiro. Os ventos das mudanças vêm de todos os lugares
derrubando velhas barreiras, porteiras. Ainda há resistência, e muita, mas quem
duvida das mudanças?
Quem
pode parar a força de uma poesia? Quem pode silenciar um choro de uma criança?
Quem não se rende ao amor? E quando ele chega, nada, absolutamente nada pode
parar essa torrente.
Quando
tudo no mundo indica que as coisas não vão bem, aqueles que não deixam a chama
da esperança se apagar precisam bradar suas vozes, dar-se as mãos e marchar por
um mundo melhor.
É
preciso que a força da renovação esteja dentro da gente para depois ecoar
fora.
Vivam
as mudanças ao redor do mundo: primavera árabe, independência de ex-colônias,
conquistas de liberdade, de imprensa, pluralização das informações, crise econômica
que nos faz repensar o lugar do consumismo, a liberdade individual e coletiva,
a emancipação do indivíduo e dos povos, a vitória de grupos indígenas, a luta
contra qualquer preconceito; cor, raça, credo e religião, o avanço do respeito
às mulheres e minorias, reconhecimento do Estado Palestino, enfim.
Nenhum comentário:
Postar um comentário