terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Quando ninguém consegue parar os ventos da mudança

       Todas as vezes que as sociedades entram em processo de letargia, outro processo, também endógeno, começa a acontecer. Este outro processo é a equivalência do seu contrário, a mudança do que está parado, a transformação do que se recusa a mudar. Letargia e mudança são pares antitéticos, uma não existe sem a outra.

Quando muita gente acredita não ser possível avançarmos socialmente, de onde menos se espera ela acontece. As sociedades são uma ampliação macroscópica das pessoas, as sociedades avançam porque as pessoas mudam.

Caem regimes políticos, teorias macroexplicativas, metanarrativas, surgem outras, ainda mais vivíparas, ou seja, como filhotes renovando a vida. 

O desafio é repensar a trajetória, dobrar o espírito sobre si mesmo, dar saltos. Ontem as ditaduras, hoje as liberdades, outrora o medo, amanhã a esperança, antes a desesperança, hoje, o horizonte de possibilidades. 

O desafio de grupos ao redor do mundo é repensar práticas políticas, estabelecer o que serve ainda e o que não serve mais, confrontar quando necessário, resistir sempre, esperar todavia. Nada pode parar a torrente da vida, nada. 

Antes, a América Latina com ridículos tiranos, hoje, com grandes personalidades e sinalizando para o mundo que a dignidade para os povos é possível. Dantes, a Europa como centro do mundo, hoje, o centro é não ser circunspecto, pode e está em todos os lugares. 

De qualquer lugar pode surgir uma voz, uma ideia, uma luz eclodindo e espargindo para o mundo inteiro. Os ventos das mudanças vêm de todos os lugares derrubando velhas barreiras, porteiras. Ainda há resistência, e muita, mas quem duvida das mudanças?

Quem pode parar a força de uma poesia? Quem pode silenciar um choro de uma criança? Quem não se rende ao amor? E quando ele chega, nada, absolutamente nada pode parar essa torrente.

Quando tudo no mundo indica que as coisas não vão bem, aqueles que não deixam a chama da esperança se apagar precisam bradar suas vozes, dar-se as mãos e marchar por um mundo melhor. 

É preciso que a força da renovação esteja dentro da gente para depois ecoar fora. 

Vivam as mudanças ao redor do mundo: primavera árabe, independência de ex-colônias, conquistas de liberdade, de imprensa, pluralização das informações, crise econômica que nos faz repensar o lugar do consumismo, a liberdade individual e coletiva, a emancipação do indivíduo e dos povos, a vitória de grupos indígenas, a luta contra qualquer preconceito; cor, raça, credo e religião, o avanço do respeito às mulheres e minorias, reconhecimento do Estado Palestino, enfim.








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