Por Jose Antonio Basto
I
Ó minha negra África!
Quantas desgraças em teu chão...
Sangue e gritos de solidão
Arrasados de tristezas,
Cangas... ferros no pescoço
Uma cruz do cadáver o osso,
Na pele corre a natureza.
II
Leões dos castigos abriram suas selvas
Em busca de tua gente que ainda é escrava
Um povo de cultura e de alma brava
Tentando resgatar sua memória,
Senhora mãe de Ganga desordeiro,
Mãe de todos os terreiros...
Torrão e berço da história.
III
Somos todos teus filhos
Desses tempos ancestrais
Dispara das tribos aos cais
Acorrentados então...
Rumo a uma terra distante
Sobre o mar desce o turbante!
Partindo o coração.
IV
África! Ouvimos os teus tambores
Em ecos de nostalgias...
Da chibata à noite fria,
Bacalhau e cativeiro...
Lá está todas as crenças
E também uma festança
Berimbau toque ligeiro!
V
Crime hediondo em fim...
Loucuras da humanidade
África da eternidade
Trezentos anos de dor!
Os cabelos não são nada
Sombra vulgar disfarçada
Desses tempos de horror!
VI
Somos netos de Angola
E bisnetos de Ruanda
De Guiné veio uma banda
Animar o carnaval...
Do Congo fica o dendê
Da Serra o Catinguelê
Ó continente imortal!
VII
Grande África sofrida,
Que trabalhou para o mundo
Escravizas-te imundo!
Ninguém mais ver como és...
Retornamos a cinco mil anos
Manchando de sangue o pano
Pano que cai aos teus pés.
VIII
Viva a fumaça da pólvora!
Da luta pelo o direito
Brasil e outros suspeitos
Com fogo em brasa e sem regras...
Relembramos hoje a vida...
Desta gente esquecida!
No “Dia da Consciência Negra.”
Urbano Santos-MA
20 de Novembro de 2013
*Dia Nacional de Zumbi e da
Consciência Negra
*Uma homenagem aos 318 anos de assassinato de Zumbi dos
Palmares, ato esse que se tornou na maior força de lutas pela a igualdade dos negros
no Brasil. Zumbi que se tornara símbolo oficial do Movimento Negro em nosso
país é, um herói do povo. O 20 de novembro para a memória do negro que ainda
hoje clama por direitos sociais, esta data é mais importante do que o 13 de
maio, pois a D. Isabel não sofreu... tampouco lutou pelo fim da escravidão,
apenas assinou a falsa Lei Aurea, sendo que ainda existe escravo em nossa
pátria. Hoje recordamos não apenas a coragem de Zumbi, mas as agruras de nossa
Mãe África que vem derramando o seu pranto de dor: de miséria, desnutrição e
guerras civis. Lembre-se leitores que África não é só negatividade da mídia
burguesa, mas ela foi e continua sendo o “Berço da Humanidade” – foi lá que
aconteceu grandes feitos para o desenvolvimento do mundo como por exemplo: o primeiro
código de leis do mundo, as teorias da evolução, programas de irrigações
hidráulicas, estudos nas áreas de Astrologia, Matemática e Medicina; lá estava
maravilhas do mundo como a Biblioteca de Alexandria e os muros do Zimbábue, a
história da Bíblia também se completa por ali como a coroação de Hailê Selassiê I – Imperador
da Etiópia o 222º patriarca da Dinastia Salomônica. Então a África é tudo isso,
nós brasileiros somos seus filhos... portanto celebrando no gingado da
capoeira, na degustação do vatapá, no toque do berimbau, do caxixi, ganzá e
atabaque; somos negros no samba, no reggae, na congada, no maracatu, no frevo e
no carnaval; somos negros no sangue, no cabelo, no nariz largo e nos lábios
extensos. Somos todos negros na história de dor e também de conquistas nos
breves capítulos da Lei Federal
10.639/2003. Somos AFRO-BRASILEIROS... descendentes de guerreiros audazes
que nunca se entregaram nas longas batalhas até hoje em busca da mais linda e
entoada palavra: “LIBERDADE.”
Um axé e um abraço do modesto autor.
J.A.Basto
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