Consciência Negra IX (minha África agora chora)

I
Ó minha negra África!
Quantas desgraças em teu chão...
Sangue e gritos de solidão
Arrasados de tristezas,
Cangas... ferros no pescoço
Uma cruz do cadáver o osso,
Na pele corre a natureza.

Leões dos castigos abriram suas selvas
Em busca de tua gente que ainda é escrava
Um povo de cultura e de alma brava
Tentando resgatar sua memória,
Senhora mãe de Ganga desordeiro,
Mãe de todos os terreiros...
Torrão e berço da história.
III
Somos todos teus filhos
Desses tempos ancestrais

Acorrentados então...
Rumo a uma terra distante
Sobre o mar desce o turbante!
Partindo o coração.
IV
África! Ouvimos os teus tambores
Em ecos de nostalgias...
Da chibata à noite fria,
Bacalhau e cativeiro...

E também uma festança
Berimbau toque ligeiro!
V
Crime hediondo em fim...
Loucuras da humanidade
África da eternidade
Trezentos anos de dor!
Os cabelos não são nada

Desses tempos de horror!
VI
Somos netos de Angola
E bisnetos de Ruanda
De Guiné veio uma banda
Animar o carnaval...
Do Congo fica o dendê
Da Serra o Catinguelê
Ó continente imortal!

Grande África sofrida,
Que trabalhou para o mundo
Escravizas-te imundo!
Ninguém mais ver como és...
Retornamos a cinco mil anos
Manchando de sangue o pano
Pano que cai aos teus pés.
VIII
Viva a fumaça da pólvora!
Da luta pelo o direito
Brasil e outros suspeitos
Com fogo em brasa e sem regras...
Relembramos hoje a vida...
Desta gente esquecida!
No “Dia da Consciência Negra.”
Urbano Santos-MA
20 de Novembro de 2013
*Dia Nacional de Zumbi e da
Consciência Negra
*Uma homenagem aos 318 anos de assassinato de Zumbi dos
Palmares, ato esse que se tornou na maior força de lutas pela a igualdade dos negros
no Brasil. Zumbi que se tornara símbolo oficial do Movimento Negro em nosso
país é, um herói do povo. O 20 de novembro para a memória do negro que ainda
hoje clama por direitos sociais, esta data é mais importante do que o 13 de
maio, pois a D. Isabel não sofreu... tampouco lutou pelo fim da escravidão,
apenas assinou a falsa Lei Aurea, sendo que ainda existe escravo em nossa
pátria. Hoje recordamos não apenas a coragem de Zumbi, mas as agruras de nossa
Mãe África que vem derramando o seu pranto de dor: de miséria, desnutrição e
guerras civis. Lembre-se leitores que África não é só negatividade da mídia
burguesa, mas ela foi e continua sendo o “Berço da Humanidade” – foi lá que
aconteceu grandes feitos para o desenvolvimento do mundo como por exemplo: o primeiro
código de leis do mundo, as teorias da evolução, programas de irrigações
hidráulicas, estudos nas áreas de Astrologia, Matemática e Medicina; lá estava
maravilhas do mundo como a Biblioteca de Alexandria e os muros do Zimbábue, a
história da Bíblia também se completa por ali como a coroação de Hailê Selassiê I – Imperador
da Etiópia o 222º patriarca da Dinastia Salomônica. Então a África é tudo isso,
nós brasileiros somos seus filhos... portanto celebrando no gingado da
capoeira, na degustação do vatapá, no toque do berimbau, do caxixi, ganzá e
atabaque; somos negros no samba, no reggae, na congada, no maracatu, no frevo e
no carnaval; somos negros no sangue, no cabelo, no nariz largo e nos lábios
extensos. Somos todos negros na história de dor e também de conquistas nos
breves capítulos da Lei Federal
10.639/2003. Somos AFRO-BRASILEIROS... descendentes de guerreiros audazes
que nunca se entregaram nas longas batalhas até hoje em busca da mais linda e
entoada palavra: “LIBERDADE.”
Um axé e um abraço do modesto autor.
J.A.Basto
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