terça-feira, 20 de outubro de 2015

Ele chorou


Ele chorou



Foi ali

Na minha frente

Que vi diante dos meus olhos

O homem que tanto admiro chorar.

Chorar pela imensurabilidade da palavra,

Pela impossibilidade de dizer algo sobre a linguagem

Quanto esta, não podendo alcançar a não-palavra,

Já não há algo o que dizer.

Chorou por que se sentiu incapaz de, em tendo algo a dizer, sabe que o fim

Da palavra é não dizer nada.

Quando enfim, não for mais preciso e não tendo mais nada a dizer

Ainda assim vai restar não a linguagem, mas a mensagem.

E o que fazer de nós que somos pura linguagem? Presos à ideia de fazer sermos entendidos

E entender o mundo através dela?

Talvez um dia os poetas entendam que a poesia existe porque nada mais consegue falar do vazio do que ela.

Quando não mais houver vazio até a poesia desaparecerá.   

12 Comentários:

Às 21 de outubro de 2015 às 15:33 , Anonymous Anônimo disse...

Continue fazendo arte para alcançar outros tantos silêncios e vazios. Namastê.

 
Às 21 de outubro de 2015 às 16:31 , Blogger Henrique Borralho disse...

obrigado por suas palavras. Namastê. Vou tentar continuar dizendo algo que não entendo, mas que sinto vontade de falar

 
Às 21 de outubro de 2015 às 17:26 , Anonymous Anônimo disse...

Por nada. Faça da incompletude uma arte passível de identificação. É um dom.

 
Às 28 de novembro de 2015 às 17:15 , Blogger ana luiza disse...

Belo!

 
Às 28 de novembro de 2015 às 17:18 , Blogger ana luiza disse...

Belo!

 
Às 28 de novembro de 2015 às 17:19 , Blogger ana luiza disse...

Era alguém próximo?

 
Às 28 de novembro de 2015 às 17:19 , Blogger ana luiza disse...

Era alguém próximo?

 
Às 30 de novembro de 2015 às 12:37 , Blogger Henrique Borralho disse...

Ana Luiza, É sim. é alguém próximo de quem gosto muito

 
Às 30 de novembro de 2015 às 12:37 , Blogger Henrique Borralho disse...

obrigado. Ana Luiza

 
Às 23 de novembro de 2016 às 21:05 , Blogger Unknown disse...

Continue escrevendo, por favor, na medida da sua impossibilidade de não dizer.

 
Às 24 de novembro de 2016 às 03:38 , Blogger Henrique Borralho disse...

Oi Fabío, agora, por incrivel que pareça, não consigo dizer nada... talvez esteja esperando as palavras me encontrarem de novo. Abraços e obrigado querido.

 
Às 24 de novembro de 2016 às 16:42 , Blogger Unknown disse...

Este comentário foi removido pelo autor.

 

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