domingo, 22 de julho de 2012

Terceira Margem do Rio


(Henrique Borralho e Patrícia Luzio)

Uma homenagem a Kátia 

Combien de temps? 
Uma semana, um mês, uma vida?
Quanto é necessário 
para se revisitar o tempo?
Uma semana?

A experiência da terceira margem do rio.

Encontro-desencontro
pois não há ponte
o rio é fundo
restando galhos secos quebráveis
cansados de servir de apoio.

Costuro minha vida
esgarçada por tantas mãos
conhecidas e desconhecidas
lá das outras margens

Agora digo não
vou sem mão mesmo
pois restam meus pés

A terceira margem 
não é o ontem
ferido e dilacerado
nem mesmo o ontem 
eufórico
também não é o presente
um quadro branco a se constituir

Possivelmente um amanhã
em que nem a borda extrema longa
nem a outra, 
longa e estreita:
a terceira está a se constituir

Respiro fundo 
porque o ar me escapa 
sem minha permissão
aliás, falta ar!




2 comentários:

  1. Obrigada pela homenagem,pela poesia. Em outra margem estão observadores zelosos dispostos a oferecer mãos amigas.Bj

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    1. Kátia, a inspiração veio de ti, sem falar na tua mão amiga em um momento muito difícil. obrigado por tudo. obrigado por ser minha amiga, apesar de tudo.

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